21 de agosto de 2009

Portugal Versus Afeganistão

"Os primeiros relatos são encorajadores. Existiam mais mesas de voto
abertas do que pensávamos. É uma prova clara de que o povo afegão quer a
democracia, quer a liberdade e rejeita o
terrorismo.

Apesar de tudo, o acto
eleitoral ficou marcado por vários episódios violentos,
nomeadamente confrontos entre rebeldes e elementos das forças de segurança,
ataques com “rockets” e explosões de bombas de fraca potência em várias cidades
do país, que causaram pelo menos 25 mortos, 24 rebeldes taliban e um
polícia."

Secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen
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Um país acabado de sair da ditadura, dividido por conflitos religiosos, étnicos, culturais e idealistas. No meio de tanta divisão, há ainda os Taliban que não querem a democracia, há ainda os sunitas e xiitas, em que os primeiros não aceitam a liberdade de direito das mulheres. É um país onde a liberdade de expressão se compra, onde não há um Estado de Direito. É um país totalmente diferente do nosso.
Ontem estava a ver as notícias da RTP2 (as melhores, creio) e soube que correram às urnas 85 % da população - Homens e mulheres - correndo por igual, mostrando uma opinião que não se saberá se é de Homem e de Mulher! Será uma opinião.
Em Portugal, nas eleições Europeias apenas 38 % da população foi às Urnas.
O Afeganistão é o 2º país mais pobre do mundo, onde a escolaridade não existia sequer para as mulheres, até há 1 ano e meio atrás.
Portugal é o país do Magalhães, da liberdade, somos completamente ocidentalizados.
É vergonhoso para nós que num país como o Afenistão haja mais do que o dobro de eleitores activos.
Mas não, eles são de terceiro mundo! Nós é que somos muito evoluidos! Tão evoluídos que a grande preocupação dos políticos portugueses, é se no dia das eleições está ou não bom tempo, porque assim os portugueses vão para a praia!
No Afeganistão, mulheres foram assassinadas com rockets apenas porque estavam na fila das urnas! Elas foram ameaçadas de morte caso saíssem de casa em dia de eleições, mas estiveram lá pois acreditam numa abertura político-social do país ao Ocidente!
Nós não, para quê? Se não gostarmos do Governo que o nosso vizinho elegeu, falamos mal do governo e esperamos mais 4 anos. TALVEZ NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES ATÉ SE ABSTENHAM NOVAMENTE.
Esta nossa sociedade-Civil é vergonhosa.

1 comentário:

taniah disse...

De cada vez que me ponho a par da nossa actual situação política, religiosa ou não - para o caso tanto faz - o ditado tem autoridade aqui: "Deus dá nozes a quem não tem dentes!"

Portugal é o país aonde se reclama por tudo e por nada e contra toda a gente mas que no fim ninguém (ou quase) toma medidas para ir contra o que, supostamente, está mal; e os poucos que ousam fazer são verbalmente fuzilados - até quando, não sei. "A sorte protege os audazes"?

Livro de reclamações?! O que é isso? Para quê?! Não vale a pena o trabalho!!!
(É não esquecer que correm um sério risco, aqueles que reclamam sem razão, e que só se pode reclamar efectivamente alguma coisa após pagamento)

Somos, realmente, um país civilizado não sei se por mérito ou forçado devido ao continente onde está... É não esquecer que Portugal ou Portucale pouco difere senão no nome, a sua localização geográfica é exactamente a mesma desde à milhares de anos após a formação dos continentes; desde à séculos após o começo da aventura dos Descobrimentos.
Mas, no entanto, ou teríamos de ser nós a descobrir o mundo e a apresentar-nos ou então só quem tinha de cá vir por motivo forte é que passava a ter conhecimento.
A diferença agora está também noutro ponto: é que outrora fomos nós que apresentámos o mundo ao mundo e fizemos questão de nos erguer para parecer que o nosso metro e meio de altura ainda tinha os centímetros que faltavam mas que por ironia escorregaram para a barriga arredondada suspensa ora pelos suspensórios ora pelo cinto improvisado para dizer: "Mundo eis Portugal diante de vós, Portugal encarai o Mundo de peito aberto como sendo um toiro!!"
Actualmente conhecem-nos devido à vasta informação por todo o mundo, pelos mapas, pela gastronomia, pelo belo Vinho do Porto que teimam em chamar "OPORTO", pela espectacular costa, e como não podia deixar de ser, pela excelente recepção que damos aos turistas que não se dão sequer ao trabalho de aprender "BOM DIA", "OBRIGADO/A", "ATÉ À PRÓXIMA"... Mas isso pouco importa quando estamos diante de uma população de...10 milhões!!! o que é isso?! É um país pequeno em que desses dez milhões poucos são as centenas que realmente se importam com o rumo que o país toma... quando do outro lado do mundo as mulheres são ameaçadas, os homens são fuzilados, as crianças escondidas! Escolas, casas de habitação, institutos, prédios todos deixados ao abandono, todos desmoranados, bombardeados, hospitais não são respeitdos nem igrejas nem mesquitas nem templos... Tudo em troca da Liberdade, esse ideal que nos move de um lado para o outro como o jogo do pacman...

Que mundo é este onde não há teclas de reset nem delete nem enter nas opções sensatas? Onde não há um ponto de equilíbrio e união?

Até onde irá isto parar? Fernando Pessoa descobriu as lágrimas dos entes dos perdidos no mar portugês, Henrique Lopes Mendonça escreveu-nos A Portuguesa, a música, da autoria de Alfredo Keil... Erguemo-nos pela nação que os nossos antepassados morreram para a construir e façamos alguma coisa, de vez, pelo país livre que temos!!